quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sidney D. Gamble


Silêncio

Vou falhando as pequenas coisas
que me são solicitadas.
Sentindo que as ciladas
se acumulam cada vez que falo.
Preferi hoje o silêncio.
A ausência de equívocos
não é partilhável.
No inegociável deste dia,
destituo-me de palavras.
O silêncio não se recomenda.
Deixa-nos demasiado sós,
visitados pelo pensamento.

Luís Quintais

Vilhelm Hammershøi: The Poetry of Silence




segunda-feira, 21 de julho de 2008

Uma viagem ás estrelas...

Uma viagem ás estrelas..

Preciso de registar esta noite, pois é difícil de acreditar, pela série de encontros de que foi feita, começando pelo final do dia;


.. depois de ser interpelado por uma elegante senhora que se sentou ao meu lado numa esplanada do areeiro, enquanto esperava pelo meu caríssimo dealer de bilhetes para concertos e após a ter informado dos vários acontecimentos que invadiram esta linda cidade. O brilho dos olhos daquela senhora invadiu-me quando soube que faltava uma hora para começar o Lou Reed e Leonard Cohen, então com a seu ar muito british pediu se podia ir chamar o seu irmão e acompanhar-nos,
- claro, disse eu!
O senhor (era, nem mais nem menos que um antigo musico da banda do Bruce Springsteen) preferiu ver Lou Reed, e lá seguiram com a promessa que nos encontrávamos após os concertos.
Com algum atraso devido ao transito caótico a caminho do estacionamento do parque, lá entramos no meio de Dance me to the end of love.
Acelerei impacientemente para aquela voz e som surpreendente cristalinos para um concerto ao ar livre.
O senhor cantou, dançou, tocou, falou, disse poemas em tom de oração e outros num registo de protesto, sorriu muito e agradeceu constantemente aos músicos que o acompanhavam, não vou esquecer aquele que foi um dos melhores concertos dos últimos tempos em Lisboa ar livre.


Uma noite bonita, com uma temperatura agradável que me fez fechar os olhos para ouvir os poemas, e olhar para as estrelas e foi num desses momentos que vi aquilo que parecia uma estrela ou um cometa, mas que pela velocidade e pela direcção não o poderia ser.
Aí o meu dealer conhecedor dos céus (controlador aéreo J ) informou-me que era a ISS (Estação Espacial Internacional) que passa regularmente de duas em duas semanas a uma altitude de aproximadamente 360 quilómetros mas visível pelo reflexo da luz solar, habitada regularmente por vários astronautas. (também eles quiseram ver o concerto do senhor).

Outro dos momentos particularmente intensos na noite onde não faltou emoção, foi It Be Your Will, acompanhado pelas vozes das Web Sisters, uma prece completamente hipnotizante.

Um espectáculo inesquecível.
Obrigado por uma noite memorável", disse o mestre no final.

Perfeito. Só um lamento: Leonard Cohen tinha merecido uma sala.

Mais um pouco de sofrimento para sair daquele parque em direcção á Lapa onde estávamos todos convidados para ir jantar a casa do L., no meio do caminho resolvi ir para casa, degustar o concerto, no meu terraço acompanhado pelo DVD e pelas estrelas que inundavam o céu. Então decidi ir apanhar um táxi no Hotel da Lapa e por sua vez revisitar alguns colegas. Entrei com o propósito de comer uma bela sanduíche no bar, quando reparei que o bar estava quase a fechar, mas com alguns clientes, os meus amigos depressa me atenderam com toda a cordialidade e amizade que têm por mim, e apresentaram-me os restantes clientes, que também tinham vindo do concerto, (aliás vieram de propósito ver Leonard Cohen) Colin Farrell e Tim Robbins, e que logo a seguir apareceu o staff e banda do Lou Reed, que estava hospedada neste Hotel, enfim…
.. como devem calcular , não fui logo para casa J

arigatou gozaimasu Leonard por esta noite

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sejamos sérios por um segundo..

“Sejamos sérios por um segundo..
Há muito poucas pessoas que ocupam o terreno onde Leonard Cohen se move.
Estamos a falar de um talento mesmo muito raro.
Por mais obscuro ele se torne a falar da democracia, ou do futuro, ainda pressentimos que a beleza é a verdade.
E portanto, ele cria algo belo a partir desta negritude.
Encontra tons na negritude que parecem ser cor.”

Bono
U2


If you want a lover
I'll do anything you ask me to
And if you want another kind of love
I'll wear a mask for you
If you want a partner
Take my hand
Or if you want to strike me down in anger
Here I stand
I'm your man
If you want a boxer
I will step into the ring for you
And if you want a doctor
I'll examine every inch of you
If you want a driver
Climb inside
Or if you want to take me for a ride
You know you can
I'm your man
Ah, the moon's too bright
The chain's too tight
The beast won't go to sleep
I've been running through these promises to you
That I made and
I could not keep
Ah but a man never got a woman back
Not by begging on his knees
Or I'd crawl to you baby
And I'd fall at your feet
And I'd howl at your beauty
Like a dog in heat
And I'd claw at your heart
And I'd tear at your sheet
I'd say please, please
I'm your man
And if you've got to sleep
A moment on the road
I will steer for you
And if you want to work the street alone
I'll disappear for you I
f you want a father for your child
Or only want to walk with me a while
Across the sand
I'm your man
If you want a lover
I'll do anything you ask me to
And if you want another kind of love
I'll wear a mask for you

post sujo

- Chau G. (disse ela)
- Chau (disse ele)

… que palavra tão detergentealda!!!
porque me soou assim?
Não sei…


A palavra chau tem um sentido bem preciso: ela não é adeus, mas também não é aquele aviso que a balconista deixa na porta da loja na hora do almoço: volto já. chau significa uma certa distância; uma distância de 41 quilómetros.

é muito longe… para se ouvir um som audível!

Chau, tchau, adeus ou até logo?
A palavra italiana “ciao” provém do diale(c)to veneziano e substitui a expressão “Io sono suo schiavo” que significa: «Eu sou seu escravo». Nós, de uma maneira menos servil, dizemos: «Às suas ordens!» Quem entender que esta palavra veio para ficar, deverá escrevê-la chau. É a forma que está de acordo com a História da Língua Portuguesa. Se fosse de origem árabe, deveria ter a letra x; como provém de uma língua latina, devemos usar o dígrafo ch. Alguns minhotos e transmontanos dirão esta palavra de uma forma muito próxima da dos brasileiros e dos italianos: [tchau]. No Centro e no Sul de Portugal, não se usa o som [tch]. Por isso, esta africada é estranha aos portugueses que dizem uma chiante surda simples. Chau não precisa de acento gráfico e poderá rimar facilmente com mau, pau e carapau. Não obstante a sonoridade de “ciao”, parece-nos que possuímos muitas outras formas de despedida, sem declararmos o nosso servilismo: até logo, adeus.

..mas, o adeus já foi dito tantas vezes, e o até logo é tão improvável, então o que se diz?:
NADA

quinta-feira, 17 de julho de 2008

unknown

Syoin Kajii

Photos of waves like haiku poetry


NAMI is a series of photos of waves around the shores of Sado Island in Japan. The photographer, a young Buddhist monk named Syoin Kajii, watches the water patiently, waiting for a moment of surprise

terça-feira, 15 de julho de 2008