quinta-feira, 28 de agosto de 2008

I can hold..

“I can hold in a great deal; I don’t speak
until the waters overflow their banks
and break through the dam.”

terça-feira, 26 de agosto de 2008

invisible birds

from the more visible we must turn now towards the increasingly less visible which is also most revealing and most true

Don't Be Afraid



Mary Margaret O'Hara
from September Songs: The Music of Kurt Weill

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Asas



'Desde muito novos temos uma estranha sensação nas costas. Custam-nos muito movimentos como o rastejar, o enterrar ou o arrastar. Olham-nos com desconfiança. Não entendemos bem o que nos falta e porque teimam em dizer que nos falta alguma coisa. Quando nos nascem as pequenas asas existe uma tendência quase natural para as esconder, não vá o diabo tecê-las e apontarem-nos também o dedo por termos algo de extraordinário. Evitamos grandes exposições, somos discretos e naturalmente calados. A medo e quase só em intimidade é que vamos abrindo as nossas pequenas asas. Os primeiros voos fazem-se em casa onde, normalmente, nos impulsionam e exemplificam os voos. Depressa nos habituamos às alturas, a ver as diferentes perspectivas da terra, das pessoas e objectos. Gostamos de dias de sol e de vento na cara. Em terra falta-nos algo, sentimo-nos presos, respiramos com dificuldade.
Temos várias designações porque as pessoas gostam muito de rotular, etiquetar e tipificar sobretudo o que diz respeito aos outros. Uns chamam-nos cabeças no ar, alienados, almas do outro mundo e até loucos. Outros, porque não sabem bem quem são, procuram um modelo e dizem-nos heróis quando na verdade aquilo que temos é mesmo e nada mais do que asas.
Vamos ganhando altura. As asas já não recolhem, em terra tropeçamos e derrubamos tudo. No céu, planamos e fazemos piruetas, somos ágeis.
O acasalamento é difícil, não há muitas pessoas com asas, os rituais são arriscados e temos um pouso muito incerto. Mesmo em bando somos considerados um pouco solitários e muito independentes.
Os anos vão passando, vamos envelhecendo, as asas ficam mais queimadas pelo sol, porém persistimos, insistimos no voo. Fazemos menos milhas, temos necessidade de ir mais vezes a terra. Então aí reinventamos novas formas de voar e, às vezes, ficamos apenas parados a observar o céu e pensar que já conhecemos uma considerável parte do mundo.'
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(raptado á Margarida das Palavras de S.)

Efeméride


.. uma prenda muito especial! Obrigado B.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

mini, mini férias


Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu...

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei …
... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca do mar ao fundo ...
assim envelheci...
acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração, mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade
Há-de flutuar uma cidade de Salsugem, 1978/83 - Salsugem, 1982
AlBerto

Blue Bird

Querer ser feliz é ajuntar probabilidades de desgraça. Resigna-te a ser infeliz, e serás o mais feliz que podes ser.
- Por que te ris? Nós só rimos do que não compreendemos.
- Põe compaixão no teu desprezo, se desprezares; mas não desprezo na tua compaixão, se te compadeceres.
- Se és poeta, escuta esta máxima: Que a emoção provoque a tua imaginação, não a tua imaginação a tua emoção.
José Régio; Páginas do Diário Íntimo

Sometimes, hope has two faces.
HYE JEONG PARK

Mar

Pois, lhe digo, minha Dona. É uma pena a senhora andar por aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga. Sabe o que faz? Estende-se aí na areia, oblonga-se deitadinha, estica a alma na diagonal. Depois, fica assim, caladita, rentinha ao chão, até sentir a terra se enamorar de si. Digo-lhe, Dona: quando ficamos calados, igual uma pedra, acabamos por escutar os sotaques da terra. A senhora num certo momento, há-de ouvir um chão marinho, faz conta é um mar sob a pele do chão. Aproveita esse embalo, Dona Luarmina. Eu tiro boas vantagens desses silêncios submarinhos. São eles que me fazem adormecer ainda hoje. Sou criança dele, do mar.
Mia Couto, Mar me quer

Peter Lippmann

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Gente Independente


AFTERNOON





This is a complete afternoon:
a thousand shards of solitude.
I count
I match
I shape
I join.
These are my naked hands
on a naked, sad table.
I try to hold this instant,
this completely desiccated fragment of time.
My eyes are blank wide open.
I sense the harsh madman touch
of solitude.
A crazed lonely white sun
is hangingin the white sky.



Vasant Abaji Dahake



Translation: 2004, Ranjit Hoskote
From: ‘Yogabhrashta’ (The Violated Meditation),1972
Publisher: Mauj Prakashan Griha, Mumbai

Thierry Urbain

Babylon : the Library





quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Cut

Dead-Angels

Alive but Dead

Heaven and Hell

terça-feira, 5 de agosto de 2008

ZEITGEIST

www.zeitgeistmovie.com/

it may not always be so; and i say

it may not always be so;and i say
that if your lips,which i have loved,should touch
another's,and your dear strong fingers clutch
his heart,as mine in time not far away;
if on another's face your sweet hair lay
in such a silence as i know,or such
great writhing words as,uttering overmuch,
stand helplessly before the spirit at bay;

if this should be,i say if this should be-
you of my heart,send me a little word;
that i may go unto him,and take his hands,
saying,Accept all happiness from me.
Then shall i turn my face,and hear one bird
sing terribly afar in the lost lands.

e. e. cummings

Beautiful Losers II by Jack Vettriano

A point of contact between the heavens and the earth

Bae Bien-U

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

True Blood



La ville des Anges

Lunaria

Lady Slipper

Star magnolia

Rose & Aphid

Clematis


the floral stereoradiographs of albert g. richards *