quinta-feira, 29 de maio de 2008

O vermelho e o negro para Stendhal

Dizem os cientistas

que a cura da paixão

é não chorar,

é se desapaixonar
.


A falta de serotonina

faz as pernas bambas, a tristeza,

a irritação, o nó na garganta, a insônia,

é o excesso de dopamina.


Estudaram o cérebro de doentes de amor

mostraram-lhes fotos de seus alvos de paixão:

a proteína do prazer ativou-se _

_ o mesmo hormônio da recompensa.


Mas não perguntaram aos amantes rejeitados

se queriam se livrar de sua obsessão

pois a doença da paixão é exatamente isto:

a esperança sempre renovada pelo torturador


o desejo de ter o belo mais uma vez

mesmo que doa, compulsivamente

drogar-se com o outro

nem que sobrem apenas


letras de uma canção.

Nem souberam explicar, os cientistas,

como se desapaixonar.

Esperava receitas, do tipo:


"tome isto toda vez que nele pensar"...

Mas a ciência ainda não encontrou

a fórmula de emendar corações partidos.


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