Domingo terminou mais um festival do indielisboa, com um programa pouco estimulante em comparação aos anos anteriores (para mim), e depois de várias maratonas a ver filmes, tenho que destacar aquele que por acaso foi o último filme a ser visto nesta edição;
"Of Time and the City" Terence Davies
Um misto de documentário de arquivo, filme-ensaio, memória autobiográfica, homenagem melancólica, elegia nostálgica e sinfonia urbana à volta da sua Liverpool natal, é um filme intensamente pessoal e completamente inclassificável.
Duas menções honrosas para este filme :
- Um puro poema cinemático feito através de um extraordinário trabalho de agenciamento e sonorização das imagens maioritariamente de arquivo, e de uma narração em off, hipnótica (lida pelo próprio realizador, a fazer-me lembrar o Encounters at the End of the World visto umas horas antes, do Werner Herzog ) de uma sinceridade paradoxalmente teatral.
- A deliciosa banda sonora, desde John Tavener , Handel, Franz Liszt, .. a Mahler numa sequência de um concerto de uns Beatles afónicos no The Cavern Club.
Beata Viscera - click to listen
Davis partilhou uma parte muito específica de si mesmo, connosco e nós devemos agradecer por este assombroso legado.
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