Recordo uma manhã clara do nono mês depois de ter chovido a noite toda. Mesmo com o sol a brilhar havia gotas de orvalho nos crisântemos do jardim. Nos bordos cruzados da cerca de bambu vi farrapos de teias de aranhas e onde estavam quebradas tinham suspensas gotas de chuva que pareciam pérolas brancas. Fiquei emocionada e encantada. Com o passar do dia o orvalho foi desaparecendo do trevo e das outras plantas onde antes abundava, os ramos agitaram-se e logo se ergueram ao mesmo tempo, como se se tivessem posto de acordo. Imediatamente contei a toda gente o quão belo tinha sido tudo isto. O que mais me impressionou foi que ninguém ficou impressionado.
Sei Shonagon
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