Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu...
…
e nunca me disseram o nome daquele oceano
…
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei …
... dantes escrevia cartas
... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca do mar ao fundo ...
assim envelheci...
acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração, mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração, mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade
Há-de flutuar uma cidade de Salsugem, 1978/83 - Salsugem, 1982
Há-de flutuar uma cidade de Salsugem, 1978/83 - Salsugem, 1982
AlBerto
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